Nas palavras de Laurie Anderson, somos capazes de dar forma, de desenhar, não apenas as coisas à nossa volta, mas também a nossa própria identidade, a nossa personalidade. A tecnologia é um mero instrumento - tal como o lápis - para desenhar o mundo, e permite-nos avaliar a nossa capacidade enquanto indivíduos de ação. Esta realidade leva-nos a duas situações: por um lado, somos capazes de determinar a nossa própria existência; por outro somos constantemente limitados pela forma como
desenhámos o mundo e a vida.
Este desenho é certamente condicionado por fatores externos e obedece a categorias que nos fazem pensar o mundo de forma subjetiva e fechada. Deste modo, tornamo-nos ignorantes e criamos uma linguagem e uma cultura que não nos permitem equacionar realidades – como a pobreza ou a guerra – para além daquelas que encontramos no perímetro onde nos movemos. Laurie Anderson fala-nos também das consequências da atual crise financeira e da forma como os movimentos sociais, que daí emergiram, permitem voltar a questionar a narrativa dominante da cultura Americana.
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