Para Eduardo Galeano,
a vida é a relação entre o querer e o poder, entre o que existe e
o que acreditamos existir, entre a nossa fantasia e a circunstância
realmente vivida. Galeano entende 0 realidade como sendo muito mais
rica e diversificada do que a forma como por vezes a vemos, limitados
por um sistema de valores que cerceia a nossa compreensão e a nossa
disponibilidade para ver o desconhecido como uma oportunidade — e
não como uma ameaça.
Ao longo da História,
criámos uma narrativa sobre nós, humanos, que ignora as vivências
dos que não se encontram no poder, como as mulheres, as culturas
indígenas, ou os pobres. Uma narrativa baseada em fraturas, não
apenas entre nós e os outros mas também entre o corpo e a alma ou o
passado e o presente. Galeano propõe reconstruir a memória, escutar
as palavras nunca escutadas e ver o mundo com outros olhos, unindo o
que está separado.
Galeano é o autor
“senti-pensante” que sonhou um dia ser jogador de futebol; depois
quis ser santo e, finalmente, escritor.
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